Torcida que Canta e Vibra. A Taça Libertadores é obsessão. Palmeiras e Santos Final Libertadores. Palmeiras Campeão da Libertadores.
Verdão leva a melhor sobre o Peixe no apagar das luzes.
O jogo começou pegado no Estádio Mário Filho, o Maracanã.
O Palmeiras marcava forte e procurava assumir o controle da partida.
O Verdão, de Abel Ferreira, parecia mais ligado, mais vibrante, com o sangue português
correndo nas veias.
As duas equipes abusavam da catimba, sempre valorizando excessivamente cada contato.
O jogador brasileiro passou a entender que a Libertadores se disputa na base do grito.
Assim como gritavam os cerca de 2500 torcedores convidados para assistir a partida in loco,
nem todos devidamente mascarados.
Palmeiras 1 x 0 Santos – Melhores Momentos | Final da Libertadores 2021
O Santos contra-atacava com Soteldo e Marinho pelos lados do campo, sempre espetados às
costas dos laterais palmeirenses.
Rony respondia do outro lado, principal válvula de escape alviverde.
A tensão era evidente em campo, e as equipes erravam muitos passes.
Lucas Veríssimo e Gustavo Gomez amarelados.
Gabriel Menino, aos 36, acertou bom passe para Raphael Veiga que, de perna direita, mandou
à direita do goleiro John.
Era a única oportunidade do jogo até então.
O primeiro tempo se encerrou morno, com apenas quatro finalizações, três do Santos e uma
do Palmeiras.
Cuca e Abel precisavam de mais, e os vestiários prometiam ser agitados.
Como esperado, a segunda etapa começou mais movimentada.
As duas equipes pareciam dispostas a dar a cartada final.
Aos 7 minutos, Gabriel Menino fez cruzamento perigoso, e Rony, por muito pouco, não
aproveitou na segunda trave.
A resposta do Peixe veio aos 13, com Lucas Veríssimo.
O zagueiro subiu sozinho após cruzamento de Marinho, e a bola passou perto da meta de
Wéverton.
O Santos parecia se encontrar na partida, com Soteldo e Marinho se movimentando bastante e
confundindo a marcação palmeirense.
O tempo passava e o placar se matinha o mesmo.
Mas o jogo era mais aberto, menos truncado, com a dose de coragem que faltava tanto em
Cuca quanto em Abel Ferreira.
O baixinho Soteldo caía pelos dois lados, liso, e dava trabalho à zaga alviverde.
Luiz Adriano e Rony lutavam, mas Veríssimo e Luan Peres se desdobravam na marcação.
Aos 31, Pituca bateu cruzado para a área, Wéverton espalmou como pôde, e Felipe Jonatan
quase acertou o ângulo da entrada da área.
Era o Peixe quem pressionava, enquanto o Palmeiras tinha dificuldades para sair jogando com
a bola no chão.
Cuca foi expulso após se estranhar com Marcos Rocha na lateral do campo.
O lateral tomou cartão amarelo, mas a expulsão do treinador santista pareceu exagerada.
E quando o jogo parecia caminhar para a prorrogação, o imponderável.
Rony, que passara o jogo inteiro do lado esquerdo, ajeitou com carinho na direita, livre de
marcação, e cruzou na área.
A bola viajava, levando com ela a esperança dos milhões de torcedores palmeirenses.
Luiz Adriano não a alcança.
Eis que, no segundo pau, surge Breno Lopes.
Sim, aquele que, há pouco mais de dois meses, jogava a série B pelo Juventude.
Aposta de Abel Ferreira, entrou na vaga de Gabriel Menino, aos 39 do segundo tempo.
O atacante subiu bonito e cabeceou no contrapé de John.
Parecia inacreditável.
A corrida desvairada do mineiro predestinado tinha como destino os 1250 palmeirenses que
gritavam eufóricos na arquibancada.
Os abraços que há muito não se via.
O delírio.
O choro.
O bicampeonato.
O Palmeiras escrevia a história.
Abel Ferreira continuava a história.
Mais um português. Mais uma Libertadores.
O Alviverde surge imponente.
E sua torcida canta e vibra.
Valeu a pena cada uma daquelas vezes em que o torcedor do Palmeiras disse aos amigos, gritou aos jogadores, sussurrou para si mesmo:
“A Taça Libertadores é obsessão”.