Palmeiras perde Mundial de Clubes. Verdão perde para o Tigres e está fora da disputa pelo Mundial de Clubes da Fifa.
Decepção. Foi esse o sentimento palmeirense na tarde deste domingo, 07/02. Após a conquista da Copa Libertadores da América, há exatos oito dias, o torcedor ansiava pela cereja do bolo da temporada, o tão aguardado título Mundial de Clubes validado pela FIFA. Autointitulado campeão mundial em 1951, o Palmeiras é motivo de chacota rival por não ter a taça da antiga Copa Rio reconhecida como tal pela entidade máxima do esporte. Era a chance de acabar com as provocações e carimbar o Verdão no topo do mundo ante do fortíssimo Bayern de Munique, de Robert Lewandowski e companhia.
Palmeiras perde Mundial de Clubes. Assista aos Melhores Momentos do Jogo.
No caminho, porém, o Tigres UANL. A equipe mexicana comandada pelo brasileiro Tuca Ferretti e do artilheiro francês André-Pierre Gignac seria o adversário do Palmeiras na semifinal. Abel Ferreira precisaria mostrar mais repertório do que o apresentado contra River Plate e Santos se quisesse o direito de chegar à final do torneio. E não foi o que aconteceu. Desde os primeiros minutos de jogo a estratégia palmeirense já se desenhava sem a bola, explorando os contra-ataques com Luiz Adriano e Rony, principalmente.
Parece pouco para quem entrou no torneio defendendo o título de campeão da América. Além do mais, a aposta já havia se mostrado equivocada na segunda partida da semifinal da Libertadores, contra o River Plate, e na final, contra o Santos, onde, embora tenha saído vitorioso, o Palmeiras não apresentou futebol que enchesse os olhos. Ao contrário, as más apresentações traziam certa desconfiança de seu torcedor, ainda que a crença na conquista se colocasse acima delas.
O Tigres aceitou a proposta palmeirense e assumiu o controle da partida.
Logo aos 3 minutos, o lateral direito Luis Rodriguez cruzou e Carlos González cabeceou para espetacular defesa de Wéverton. Era a primeira intervenção daquele que seria o melhor jogador do Palmeiras na partida. A proposta dos Auriazules era explorar os lados do campo para Gignac e González brigarem pelo alto com os zagueiros palmeirenses. Rony e Gabriel Menino não acompanhavam, e Rodríguez pela direita, e o meia Quiñónes, pela esquerda, jogavam com liberdade. A segunda chance mexicana, por sinal, começou com bela jogada individual do lateral. A bola sobrou para Quiñónes rolar e Gignac bater para outra grande defesa de Wéverton.
O Palmeiras tentou dar o troco com bom chute de Rony, que Guzmán espalmou e Gabriel Menino, em posição de impedimento, completou para fora. Com o Verdão encaixotado na defesa e pouca saída de bola, a pressão mexicana continuava. Aos 36’, novo cruzamento de Luis Rodriguez e nova cabeçada, dessa vez do francês Gignac. Wéverton voou no canto esquerdo para empurrar para escanteio. O goleiro palmeirense era determinante para que o placar se mantivesse inalterado no fim do primeiro tempo, e a segunda etapa precisaria ser diferente. Cabia a Abel Ferreira adotar postura mais corajosa e soltar a equipe para que tivesse a chance de sair de Doha, no Catar, como o campeão mundial.
O segundo tempo, no entanto, começou como o primeiro, com o Tigres tomando as ações.
Quiñónez, habilidoso, continuava a dar trabalho para Gabriel Menino, e Aquino, do outro lado, explorava as costas de Danilo e Zé Rafael, mais preocupados com a marcação em Rafael Carioca e no argentino Pizarro. Gignac também se movimentava bastante. Saía da área, voltava para buscar o jogo, segurava a bola e confundia a zaga palmeirense. Aos 5’, de novo Rodríguez, agora pelo meio, encontrou passe para González no meio da zaga. O camisa 32 foi agarrado por Luan, e o árbitro holandês Danny Makkelie assinalou o pênalti. Gignac bateu para, dessa vez, vencer Wéverton. O placar era justo pela superioridade da equipe do Tigres, principalmente na etapa inicial.
O gol foi um baque no ânimo palmeirense, que tentou responder rapidamente, mas Rony completou para as redes em posição de impedimento. Atordoado, o Verdão insistia nas bolas longas, quase sempre rechaçadas pela dupla de zaga mexicana. A primeira chegada contundente aconteceu apenas aos 31’, quando Willian Bigode, que havia entrado no lugar de Menino, recebeu passe na frente, se livrou da marcação de Salcedo e cruzou rasteiro para Luiz Adriano, na pequena área.
O atacante furou e Rodríguez quase fez contra. Aos 44’, Gustavo Scarpa teve a chance de tocar para Luiz Adriano, mas preferiu bater direto para o gol e teve o chute bloqueado. Um minuto depois, após bate-rebate, Viña concluiu da entrada da área e a bola passou raspando a trave direita de Guzmán. Na cobrança de escanteio, o goleiro Wéverton cabeceou para o gol, mas a bola passou sem perigo. E foi só.
Palmeiras perde Mundial de Clubes. A eliminação do Palmeiras é a terceira de brasileiros na semifinal do Mundial de Clubes da FIFA.
Antes, Internacional e Atlético-MG também haviam dado adeus precocemente à competição. Diante do cenário e da expectativa geral, o Palmeiras decepciona. Não pela derrota, em si, mas pela estratégia pouquíssimo ousada e que já se mostrara arriscada em pelo menos duas outras situações. É preciso mostrar mais repertório, saber jogar com a bola, não somente sem ela. Abel Ferreira terá tempo e parece ter a capacidade para fazer esse time ser mais competitivo e intenso, embora já tenha atingido enorme conquista com a Copa Libertadores da América. O torcedor palestrino deve se orgulhar de sua equipe e esperar conquistas ainda maiores para um futuro breve.