Flamengo vence Grêmio de virada, em segundo tempo que lembrou a equipe de
Jorge Jesus.
Flamengo e Grêmio se enfrentaram na noite desta quinta-feira, 28, em partida remarcada
válida pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro.
E deu o Rubro-negro.
Assim como em 2019, os cariocas foram até a casa gaúcha e voltaram com os três pontos.
E não foi somente o resultado que lembrou a maior equipe brasileira dos últimos tempos.
A atitude e forma de jogar, resgataram no coração dos rubro-negros a lembrança da épica
jornada construída sob o comando do português Jorge Jesus.
Os jogadores são os mesmos, mas o coletivo passava longe de ser meramente semelhante.
Aquela equipe avassaladora se perdeu desde a saída do Mister.
Domènec Torrent e Rogério Ceni não haviam conseguido reproduzir, na essência, a alma que o
português punha naquele time.
GRÊMIO 2 X 4 FLAMENGO | MELHORES MOMENTOS | 23ª RODADA BRASILEIRÃO 2020
A intensidade, a pressão, a constante movimentação no ataque, o futebol envolvente e que
não escolhia adversário, que encerrou sua história com cinco títulos e apenas quatro derrotas.
De fato, ainda é muito cedo para afirmar que aquele Flamengo está de volta, mas certamente
deu sinais de que pode se reencontrar.
Contra o Grêmio, o Rubro-negro fez 45 minutos dignos do, ainda, campeão Brasileiro e da
Libertadores.
A primeira etapa foi marcada pelo equilíbrio, mas a equipe de Rogério Ceni era mais perigosa.
Gabriel Barbosa, o Gabigol, perdeu duas oportunidades que dificilmente perderia na
espetacular fase de 2019.
Finalização de canela para fora, e grande intervenção do excelente goleiro Vanderlei.
O Grêmio contra-atacava com Alisson, pela direita, mas levava pouco perigo à meta de Hugo
Souza.
Até que, aos 40 minutos, o meia cortou para dentro e encontrou Diego Souza livre na área
para cabecear.
Era o gol da qualidade gremista, não do merecimento.
Renato Gaúcho sorria na saída para o intervalo, semblante contrastante com o azedume
demonstrado na infeliz entrevista coletiva pós-jogo.
O vestiário rubro-negro, no entanto, parece ter sido bem movimentado.
A postura da equipe na segunda etapa enchia o torcedor flamenguista de orgulho, revivendo
os áureos tempos de Jorge Jesus.
O Flamengo era sufocante, e Renato não parecia encontrar alternativas para conter o ímpeto
adversário.
Gabigol, mais participativo, se movimentava da direita para o centro, com Bruno Henrique
mais próximo da área e Arrascaeta pela esquerda.
Posicionamento diferente da primeira etapa.
Diferente também para Gérson, que passou a jogar à frente de Diego, com o camisa 10 no
papel de proteção à zaga.
Movimento corajoso de Rogério Ceni, que rendeu os frutos proporcionais ao risco assumido.
Aos 11 minutos, Gabriel Barbosa recebeu passe de Arrascaeta na linha de fundo, e cruzou para
Éverton Ribeiro completar para as redes de Vanderlei.
O gol da redenção do meia, cogitado para deixar o clube nesta janela de transferência.
Gabriel era o nome jogo e, dois minutos depois, após tabela com Gérson, acertou lindo chute
de fora da área.
Flamengo vence Grêmio. Gabi não, GabiGOL mesmo.
A virada relâmpago atordoava Renato e o Grêmio.
E o Flamengo ainda tinha fome.
Em jogada semelhante à do primeiro gol, o camisa 9 recebeu passe de Bruno Henrique e rolou
para Arrascaeta, com ampla liberdade, marcar o terceiro.
O torcedor gremista não acreditava.
E nem o rubro-negro.
Diego Souza ainda diminuiu em cobrança de falta.
A pancada contou com desvio, mas Hugo Souza armou mal a barreira.
O gol deu contornos de emoção à partida, mas Isla tratou de garantir os três pontos.
O lateral chileno recebeu enfiada de Vitinho, aos 48, e decretou o 4×2 rubro-negro.
O Flamengo volta com tudo à disputa do título.
E Renato Gaúcho volta com tudo às bordoadas.